- Itinerário Técnico
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Itinerário técnico da cultura do Melão (Cucumis melo)
Como cultivar melão biológico?
Sementeira
Normalmente feita em tabuleiro, com posterior transplante quando a planta tem entre 6 a 7 semanas e com pelo menos a primeira folha verdadeira desenvolvida. O fornecimento de água deve ser reduzido na semana anterior ao transplante. É necessário cuidado no transplante de forma a minimizar os distúrbios ao nível radicular e diminuir assim a crise de transplantação.
Solo
A cultura prefere solos leves, férteis, bem drenados para além de bem trabalhados afim de permitir um correto desenvolvimento radicular. O pH deve encontrar-se entre os 6.5 e 7.5.
Clima
Gosta de climas quentes, sem noites frias que podem levar a uma má formação do tubo polínico resultando em menos flores férteis. Uma exposição direccionada para Sul é o ideal.
Fertilização
Deve incorporar-se composto em fertilização de fundo.
Rega
Devido a diferentes necessidades hídricas ao longo do ciclo cultural, a rega gota-a-gota é indicada. Nas fases iniciais e durante a polinização quando os frutos são formados as necessidades são altas, enquanto após este ponto só se deve regar quando o solo estiver seco, caso contrário água em excesso levará a frutos de baixa qualidade. A rega por gota-a-gota tem também o ponto positivo de evitar água excessiva sobre as folhas que pode ser o início do desenvolvimento de doenças.
Controlo de infestantes
O mulching com materiais orgânicos ou plástico é uma boa opção, evitando a competição entre as infestantes e a cultura, para além de evitar que os frutos estejam em contacto sobre o solo e possam ter podridões.
Controlo de pragas
Os ácaros, afídeos, larvas mineiras, mosca branca, nemátodes das galhas e tripes são pragas da cultura. Para o controlo dos ácaros pode ser usada a luta biológica com ácaros predadores podendo, se necessário, aplicar-se azadiractina ou enxofre em pó (se T < 28°C). Os afídeos são controlados através de fertilizações moderadas sem excesso de azoto, limitação natural com sebes em bordadura para favorecer os auxiliares, luta biológica com himenópteros parasitóides ou predadores podendo também, se necessário, aplicar-se sabão de potássio ou azadiractina. Para o controlo das larvas mineiras pode ser usada a luta biológica com himenópteros parasitóides, pela limitação natural com sebes e outras plantas melíferas que alimentem os adultos dos parasitoides, podendo ser usado como alternativa a aplicação de azadiractina. A mosca branca deve ser controlada através de fertilizações moderadas sem excesso de azoto, não transplantar plantas já infestadas, colocar placas amarelas para deteção, luta biológica com himenópteros parasitóides e ácaros predadores podendo também realizar-se, se necessário, a aplicação de azadiractina. Os nemátodes das galhas são controlados através de rotações, biofumigação e solarização do solo. Por fim, as tripes podem ser controladas usando em bordadura plantas favoráveis aos auxiliares antocorídeos (como são os malmequeres e outras compostas) e também a luta biológica com ácaros predadores e antocorídeos.
Controlo de doenças
A fusariose, míldio, oídio e podridão cinzenta são doenças da cultura. Para a fusariose devem realizar-se rotações culturais adequadas, biofumigação e solarização do solo. Para o controlo do míldio, devem realizar-se rotações culturais adequadas, evitando água excessiva no solo, compassos largos e, se necessário, fungicidas cúpricos. O oídio é controlado através de compassos largos, fertilizações moderadas sem excesso de azoto e, se necessário, pela aplicação de enxofre em pó polvilhável ou em conjunto com lithothamne (1:1), sendo desta forma menos fitotóxico que o enxofre estreme. Quanto à podridão cinzenta deve eliminar-se os retos de plantas doentes, evitar o excesso de vigor, evitar água sobre as plantas, podar cedo os rebentos laterais de forma a ter feridas de poda o mais pequenas possíveis e pela aplicação regular de argila bentonítica.
Pós-colheita
Podem ser conservados a uma temperatura entre 7 a 10°C e uma humidade relativa entre os 85 e 95%.