Itinerário técnico da cultura da Couve (Brassica oleracea)
Como cultivar couve biológica?
Sementeira
Feita em tabuleiro com transplante para o local definitivo cerca de 6 semanas depois, quando as plantas tem 4 a 5 folhas.
Solo
A cultura prefere solos férteis, bem drenados, desenvolvendo-se em várias texturas desde as mais pesadas a mais arenosas. O pH deve situar-se entre 6.5 e 7.5.
Clima
Prefere locais com boa exposição solar, não suportando temperaturas excessivas.
Fertilização
Deve ser realizada uma fertilização de fundo com composto, tendo em conta que azoto em excesso leva a plantas menos resistentes ao frio.
Rega
A cultura necessita de água regularmente, não podendo estar em falta nem excesso, sendo a rega por gota-a-gota uma boa opção.
Controlo de infestantes
Inicialmente as falsas sementeiras, nas fases posteriores a monda mecânicas (com sachador de estrelas e multifresa) e o mulching com materiais orgânicos são opções interessantes para a cultura, ajudando a diminuir a competição com infestantes. O mulching com plástico é uma opção interessante, pois para além do controlo de infestantes ajuda a controlar a mosca da couve.
Controlo de pragas
A lagarta das folhas, lagartas roscas e mosca da couve são pragas da cultura. Para a lagarta das folhas recomenda-se o tratamento biológico com Bacillus thuringiensis de preferência com aderente (silicato de sódio, óleo de pinho ou leite em pó magro). As lagartas roscas são controladas evitando o uso de estrume fresco, isco com farelo + melaço + Bacillus thuringiensis sobre o terreno junto à cultura, Bacillus thuringiensis em pulverização, luta biológica com nemátodes Steinernema carpocapsae e, se necessário, pulverizações com azadiractina. A mosca da couve pode ser controlada pelo enrelvamento com trevo branco ou outro trevo rasteiro, espalhando serradura ou cinza entre as plantas, não deixar troços velhos de couve no terreno, retirar e queimar plantas infestadas, não usar estrume fresco e cobrir o solo com plástico à volta das plantas.
Controlo de doenças
O míldio, oídio e a podridão negra são três importantes doenças da cultura. Para o controlo do míldio devem ser usadas rotações culturais adequadas, compassos largos, evitar água sobre as plantas (conseguida com rega gota-a-gota) , se necessário, pela aplicação de fungicidas cúpricos. O oídio pode ser controlado através de compassos largos, fertilização moderada sem excesso de azoto e pela aplicação de enxofre em pó polvilhável ou enxofre em pó + lithothamne (1:1) em polvilhação, sendo esta forma menos fitotóxica que enxofre estreme. A podridão negra pode ser controlada pela aplicação de produtos cúpricos.